A acreditação internacional pela Joint Commission International (JCI) é um marco importante para instituições de saúde que buscam excelência em qualidade e segurança do paciente. O que muitos não percebem, no entanto, é que a área de Tecnologia da Informação (TI) exerce um papel fundamental nesse processo.
Mais do que suporte técnico, a TI se torna um pilar estratégico para garantir conformidade com os padrões da JCI — especialmente nos capítulos MOI (Management of Information) e HCT (Health Care Technology).
1. MOI: Informação segura, acessível e íntegra
O capítulo MOI trata da gestão da informação. Aqui, a TI entra como guardiã de sistemas que devem garantir:
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Privacidade e confidencialidade dos dados dos pacientes;
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Disponibilidade e integridade das informações nos prontuários;
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Controle de acessos, com rastreabilidade de quem visualizou ou alterou dados;
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Padronização no uso dos registros médicos.
Soluções como controle de acessos por perfil, backup automatizado, criptografia e autenticação multifator são exemplos de práticas que sustentam o cumprimento do MOI. Importante citar que, como orientação, não deve ser um capitulo sob a guarda da TI, visto que trata de temas como: guarda de prontuários, padronização de documentos e etc.
2. HCT: Tecnologia em saúde com responsabilidade e segurança
Já o capítulo HCT foca nos aspectos tecnológicos que impactam diretamente o cuidado ao paciente. Isso inclui:
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Equipamentos biomédicos e sistemas associados;
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Uso de inteligência artificial com supervisão humana;
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Planos de contingência para falhas ou indisponibilidade de sistemas;
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Cibersegurança como prioridade.
Aqui, a TI precisa atuar de forma proativa, garantindo que os sistemas críticos estejam operando com alta disponibilidade, que existam fluxos de resposta a incidentes bem definidos e que qualquer tecnologia adotada passe por avaliação criteriosa quanto à segurança e ética.
3. TI como facilitadora da acreditação
O papel da TI vai além da infraestrutura. Ela contribui diretamente para:
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Apoiar auditorias com dashboards e evidências digitais;
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Garantir conformidade documental, com controle de versões e acesso às normas institucionais;
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Integrar equipes multidisciplinares, oferecendo ferramentas colaborativas e ambientes digitais de aprendizagem.
Ou seja, uma TI bem estruturada ajuda não só a cumprir os padrões da JCI, mas também a transformar cultura e processos dentro da instituição.
Conclusão
Em tempos de transformação digital na saúde, a TI deixou de ser apenas suporte técnico e passou a ser peça-chave no cumprimento dos padrões internacionais da JCI. Termos como prontuário eletrônico, LGPD na saúde e segurança da informação hospitalar não são apenas tendências — são requisitos estratégicos.
Uma TI alinhada com esses pilares fortalece a cultura organizacional, assegura a integridade das informações, protege os dados dos pacientes e contribui ativamente para a jornada da acreditação hospitalar com excelência e responsabilidade.